Este espaço tem a finalidade de servir de canal de interação, produção e compartilhamento de informações, conhecimentos, vivências e trabalhos produzidos pelos alunos da 1ª turma do MESTRADO PROFISSIONAL EM ENSINO DE HISTÓRIA (PROFHISTÓRIA) pela UFT - Araguaína, durante o período de duração do curso.
sexta-feira, 17 de outubro de 2014
O OLHO QUE VÊ O MUNDO.
"A menos que o historiador seja um mero redator de anais e se contente com uma narração cronológica dos acontecimentos, precisará sempre realizar esta tarefa dificílima, a de detectar a unidade por trás das expressões inumeráveis e, não raro, contraditórias de um personagem histórico."
(Ernest Cassirer, Antropologia Filosófica).
"O OLHO QUE VÊ O MUNDO."
quinta-feira, 2 de outubro de 2014
Revista Escritas - Curso de História de Araguaína
A Revista
A Revista Escritas, do Colegiado de História da Universidade Federal do Tocantins (UFT), Campus de Araguaína, tem como meta a divulgação da produção dos cientistas sociais e historiadores em âmbito nacional, regional e local. Busca o aperfeiçoamento científico dos docentes dos cursos de História da UFT, por meio de um intercâmbio e troca de ideias e, especialmente, uma maior interação entre os historiadores das regiões norte e centro-oeste.
É um periódico semestral organizado para promover o debate histórico e historiográfico, o desenvolvimento teórico/metodológico e educacional. Publicação on-line, pretende estimular a divulgação das pesquisas e investigações técnico-científicas e os avanços promovidos na área da História pelos docentes, discentes e técnicos ligados à preservação da memória material e simbólica da sociedade em geral, e, em particular, da sociedade brasileira.
Com a proposta de publicar trabalhos acadêmicos, técnicos, artísticos e científicos na área de História, a revista divide-se em dossiê e parte livre, com a intenção de promover e explorar as interfaces existentes entre as diversas áreas das ciências humanas, com o intuito de aprofundar a compreensão da sociedade brasileira e as peculiaridades regionais. Publicará trabalhos inéditos em língua portuguesa de autores graduados, pós-graduados e de notório saber de instituições públicas e privadas de ensino superior brasileiro e estrangeira.
http://www.uft.edu.br/revistaescritas/mostra.php?post=1
domingo, 28 de setembro de 2014
PROJETO DE PESQUISA PARA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
Caríssimos colegas Mestrandos!
Segue alguns Links que abordam a elaboração de projetos de pesquisa.
Passo a passo na elaboração de projetos de pesquisa - Jeferson - UFT
Tutorial de como fazer um projeto de pesquisa para Dissertação ou Tese.
terça-feira, 16 de setembro de 2014
“GUERRILHA DO ARAGUAIA” – UMA ETERNA EPOPEIA
“GUERRILHA DO ARAGUAIA” – UMA ETERNA
EPOPEIA
Mestrando em Ensino de História
O
Movimento Guerrilheiro do Araguaia ou “Guerrilha
do Araguaia” foi um conjunto de várias ações deliberadas de um grupo
formado em sua maioria por jovens estudantes universitários, operários, etc, de
cunho ideológico, cujo objetivo era instaurar um novo sistema sócio-político no
país, ou seja, o socialismo. Para entendermos esse movimento faz-se necessário
uma análise conjuntural da época em nível mundial.
Após
a morte em 1953, do ditador soviético Josef
Stálin, veio à tona todas as atrocidades
praticadas pelo mesmo durante o período em que esteve à frente do partido
comunista e da URSS. Com mão-de-ferro, Stálin promoveu torturas, assassinatos,
campos de trabalho forçado (gulags), etc. Entretanto, é inegável que o mesmo
tirou a Rússia de um estágio econômico letárgico, essencialmente agrário, e a
colocou como carro-chefe de um modo de produção avançado e que representava 1/3
do planeta.
Os
partidos comunistas em nível de mundo começaram a questionar as práticas stalinistas,
visto que a maioria se alinhava à política de Moscou. Como resultado dos
debates e das discussões, vários PC’s optaram por outras variantes socialistas
como China e Cuba. Várias dissidências se formaram. No Brasil, o movimento comunista
fica dividido, Luís Carlos Prestes,
defensor do revisionismo e da “transição pacífica” de Nikita Kruschev fica com a sigla PCB – Partido Comunista Brasileiro, e os que defendiam a luta
armada como João Amazonas adotam a
sigla PC do B – Partido Comunista do Brasil.
Lembremos
que estamos em plena
Guerra Fria , ou
seja, a ordem mundial é bipolar: capitalistas capitaneados pelos norte-americanos,
e socialistas liderados pelos russos. Vivia-se à década de 60 do século XX, a
corrida armamentista e espacial, os Estados Unidos instigavam e financiavam
golpes militares na América latina. No final de março de 1964, o Presidente João Goulart - por defender reformas de
cunho socialistas e que contrariava os interesses das empresas norte-americanas
- é deposto e os militares assumem o poder. Começa uma das mais ferrenhas
ditaduras da América do Sul. Direitos políticos são cassados, funcionários
públicos são demitidos, outros, presos ou exilados, vivia-se um estado de
exceção. Institui-se o bipartidarismo e, conseqüentemente, a ilegalidade dos
demais, as correntes mais radicais onde militavam: intelectuais, estudantes,
jornalistas, líderes sindicais e até mesmo militares - como é o caso do Lamarca - organizam-se e vários grupos
guerrilheiros são formados, como: ALN-Ação
Libertadora Nacional; MRT-Movimento Revolucionário Tiradentes; MOLIPO-Movimento
de Libertação Popular; VAR-Vanguarda Armada Revolucionária, entre outros.
Na
clandestinidade, a guerrilha urbana revidava às atrocidades dos militares. Atos
de sabotagem e até ações espetaculares como os seqüestros do Embaixador dos EUA
e do Cônsul Japonês, trocados por camaradas militantes presos, depois exilados
em países como: Chile, Cuba, França, etc. A ditadura militar impunha sua força e
muitos militantes foram mortos ou tiveram de fugir, às vezes até travestidos,
como é o caso do Leonel Brizola. A guerrilha urbana dava sinais
de que sucumbiria, visto a discrepância em termos estruturais (pessoal, armas,
logística, etc). Contudo, deve-se salientar a bravura com que nossos compatriotas
lutaram e morreram sonhando com um país mais justo e menos desigual, na busca
do direito à cidadania plena, razão porque hoje podemos expressar nossas
opiniões.
Os
partidos e grupos clandestinos começam a mudar de tática, pois a guerrilha urbana
tornava-se inviável, a saída foi a guerrilha rural. A partir de 1966 começam a
chegar os primeiros guerrilheiros - militantes recrutados pelo PC do B - na
região do conflito: sul do Pará, norte do Goiás (bico do papagaio), atual
Estado do Tocantins e oeste do Maranhão. Sabe-se que vários grupos
guerrilheiros iniciaram movimentos nessa região, todos foram rechaçados pelos
militares. Os guerrilheiros do PC do B ao contrário dos demais estavam mais
organizados, pois a maioria havia feito treinamento de guerrilha em países
como: Cuba, China e do leste europeu. Além disso, boa parte tinha curso
superior ou havia iniciado e desistido no caminho em face da perseguição dos
militares. Na floresta amazônica estavam mais seguros do que nos grandes
centros. Os “paulistas”, como eram chamados foram distribuídos em três
bases guerrilheiras: Faveira, Gameleira e Caiano, no centro do triângulo ficavam o comando militar da Guerrilha.
Conforme
alguns historiadores, os guerrilheiros somavam um total de 69, entre homens e
mulheres. Estava na cabeça do movimento o já citado João Amazonas, Maurício Grabois, Elza Monerat, Ângelo Arroyo, José
Genoíno (ex-deputado federal e ex-presidente do PT, preso antes do início
dos combates), Osvaldo Orlando da Costa (Osvaldão, tido como um “mito” do
conflito), Dinalva Oliveira Teixeira
(Dina, outra “lenda” do movimento),
entre outros. Deve-se considerar a dificuldade de comunicação à época, pois as
estradas eram poucas, sem asfalto e os principais meio de comunicação eram os
rios (Araguaia e Tocantins). Fazendo treinamentos diários e reconhecimento da
região, os guerrilheiros familiarizaram-se com os moradores locais, que viviam
essencialmente da agricultura de subsistência e da extração da “Castanha do
Pará”, além da eventual caça e pesca, pois a região era propícia às mesmas.
Além disso, muitos agricultores trabalhavam para fazendeiros na extração da
castanha, o que lhes rendiam muito pouco. Frisando ainda que o governo militar
havia instaurado uma política de exploração da Amazônia, concedendo benefícios
fiscais às empresas multinacionais que quisessem explorar seus recursos
naturais, o que levou o posseiro a ser expropriado da terra, através da coação
por parte dos grandes fazendeiros e das empresas que se estabeleciam na região.
quinta-feira, 11 de setembro de 2014
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